Mormo é tema de capacitação em defesa sanitária animal promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento 06/09/2013 - 16:45

Entre os dias 10 a 13 de junho de 2013 foi promovido pelo MAPA, o “Curso de Defesa Sanitária para Mormo”, na Estação Quarentenária de Cananéia/SP. O curso contou com a participação dos gestores do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos de diversos Estado sendo que a ADAPAR foi representada pelo fiscal de defesa agropecuária Méd. Vet. Ricardo G. V. Vieira. Foram abordados e debatidos durante o curso temas sobre o ressurgimento e disseminação do mormo no Brasil, a necessidade de aperfeiçoamento dos métodos de diagnóstico e a atualização e uniformização da legislação vigente para a doença.
Somente no ano de 2012 foram notificados 38 casos de mormo no Brasil. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rondônia, Pernambuco, Rio Grande do Norte estão entre os estados que tiveram casos de mormo confirmados nos últimos 12 meses, fator esse que afeta diretamente as exportações de carne de equídeos e principalmente de equinos vivos para países da comunidade européia. Outro fator que merece atenção são os jogos olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, já que tanto o Comitê Olímpico Internacional - COI como a Federação Internacional Equestre – FEI têm exigências sanitárias rígidas para a recepção de animais de outros países que participarão das olimpíadas de 2016.
O mormo é uma doença infecciosa causada pela bactéria Burkolderia mallei que acomete principalmente os equídeos e não tem tratamento. A B. mallei pode permanecer até 30 dias no ambiente e infecta os equídeos principalmente através da via respiratória, além de ser uma zoonose.
Os principais sinais clínicos de mormo são febre, tosse e intenso corrimento nasal. A descarga nasal que os animais infectados apresentam é a principal fonte de contaminação de ambientes comuns e consequentemente de transmissão da doença. Na fase crônica, ocorre o surgimento de nódulos purulentos que podem evoluir para úlceras. A manifestação clínica do mormo pode ser cutânea, respiratória e ou linfática, simultaneamente ou não.
Na década de 1960, o mormo foi considerado erradicado no Brasil, porém em 1991 ressurgiu no nordeste e tem se difundido em diversos estados, principalmente devido ao intenso trânsito de equídeos para prática de esportes.
A Instrução Normativa 24 de 5 de abril de 2004 estabelece que para fins de trânsito, nas unidades da federação onde há ocorrência de casos de Mormo, os equídeos devem apresentar exame sorológico de fixação de complemento negativo para mormo. A coleta de sangue deve ser realizada por médico veterinário cadastrado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e o exame tem validade de 60 dias. Os equídeos positivos para mormo no exame de fixação de complemento, quando não apresentam sinais clínicos, devem ser submetidos ao teste confirmatório de maleinização, este último realizado pelo serviço veterinário oficial. Se o caso for confirmado por meio do teste da maleína, a propriedade passa a ser considerada foco e entra em regime de saneamento, em que todos os animais são testados e os confirmados como positivos são sacrificados imediatamente sem pagamento de indenização.


Ricardo G V Vieira – Médico Veterinário FDA – GSA
Pauline Sperka de Souza – Médica Veterinária FDA – GSA
Colaboração: Mariana F. Ricciardi - Médica Veterinária FDA – GSA

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