Em simpósio, Estado destaca a ovinocultura como opção para pequenas propriedades 01/08/2024 - 11:31

A ovinocultura como atividade inovadora, sustentável e capaz de gerar renda, particularmente para as pequenas propriedades do Estado, está sendo discutida em Curitiba durante o 20.º Simpósio Paranaense de Ovinocultura e 1.º Simpósio Brasileiro de Ovinocultura, que acontecem simultaneamente no campus Agrárias da Universidade Federal do Paraná.

“O Paraná é supermercado do mundo, e queremos colocar a ovelha na prateleira desse supermercado”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Natalino Avance de Souza, na abertura dos eventos nesta quarta-feira (31). “É uma opção de renda para as pequenas propriedades, pois a ovinocultura bem conduzida dá densidade de renda”.

O Brasil produz aproximadamente 21,5 milhões de cabeças de ovinos. O Paraná, mesmo com tradição na ovinocultura desde a criação da Província em 1853 e com diversos programas ao longo dos anos, tem rebanho entre 500 e 600 mil ovelhas. “Mas o Estado tem evoluído e com alguns núcleos se estruturando melhor”, disse Natalino.

Há um mês a Cooperativa de Criadores de Caprinos e Ovinos (Caprivir), de Virmond, no Centro-Sul, inaugurou a Unidade de Cortes Nobres de Caprinos e Ovinos, com financiamento de R$ 600 mil do programa Coopera Paraná, operacionalizado pela Seab, e contrapartida de R$ 210,7 mil. A capacidade é de processar 1.600 quilos por dia.

De acordo com os dados preliminares do Valor Bruto de Produção (VBP), elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), em 2023 o Paraná comercializou vivo para reprodução ou abateu 286.697 ovinos. Esse volume apresentou valor de R$ 116,2 milhões, aproximadamente 0,06% dos R$ 197,8 bilhões de VBP total do Estado.

PAIXÃO - Coordenadora do evento, a professora da UFPR Alda Lúcia Gomes Monteiro salientou que o simpósio tem uma história longa, de 40 anos no Paraná, e agora se estende para todo o Brasil. “Deveria ser chamado de simpósio dos apaixonados por ovelhas e cabras”, pontuou.

Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento, o fato de o Paraná estudar há tanto tempo a ovinocultura é parte do esforço para se adquirir competência e garantir competitividade à cadeia produtiva. “Vemos aí uma oportunidade, continua sendo atividade de esperança, promissora”, disse. “Vamos conversar com os setores, pensar como ampliar, permitir mais criadores, ter mais oferta de produtos de boa qualidade”.

O evento reúne dezenas de pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, empresários, produtores e técnicos do setor. Até sexta-feira (02) haverá diversas palestras abordando aspectos como manejo de pastagens, manejo integrado de doenças, tecnologia e sistemas sustentáveis, além da apresentação de experiências por parte de produtores.

DEFESA AGROPECUÁRIA - A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) é responsável por manter a sanidade do rebanho caprino e ovino no Estado do Paraná. Por meio do cadastro e da atualização cadastral dos estabelecimentos de criação, a agência orienta os produtores e realiza vigilância epidemiológica e sanitária nas explorações pecuárias. Além disso, a Adapar atende às doenças de notificação obrigatória e conduz medidas sanitárias, promovendo a educação em saúde animal. Segundo o Departamento de Saúde Animal (DESA), é importante manter o rebanho atualizado, pois caprinos e ovinos são parte do sistema de defesa sanitária do Paraná. Com a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, esses animais funcionam como “sentinelas” e, através de exames sorológicos, podem alertar para a presença do vírus na região.