Citricultura Paranaense – Defesa Agropecuária em Ação 16/11/2020 - 16:23
Desde a década de 70, quando a citricultura comercial foi reintroduzida no Paraná, o setor cresceu, se fortaleceu e se tornou o terceiro maior do País. A integração entre os setores público e privado garantiu à atividade o suporte necessário para avançar como opção de renda e de criação de empregos. Especialmente em regiões vulneráveis do Estado, como o Noroeste onde predomina o solo de arenito, e, recentemente, o Vale do Ribeira, onde se consolida a produção comercial de Ponkan.
O avanço é resultado de pesquisa e ações de defesa agropecuária promovidas pelo Governo do Estado, bem como investimentos de cooperativas agroindustriais. Atualmente o Paraná é o terceiro maior produtor nacional de laranjas, com mais de 23.000 hectares, mesmo com área cultivada inferior ao da Bahia, que é o terceiro neste quesito. No Paraná é a fruta mais produzida em toneladas, o que corresponde a 28% de todas as fruteiras.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, no ano passado foram produzidas 687,5 mil toneladas de laranjas no Estado. Esse mercado gera cerca de três mil empregos, explorados por mais de 600 citricultores, em mais de 100 municípios com áreas médias entre 19 e 35 hectares. Os laranjais paranaenses rendem R$ 315 milhões em Valor Bruto da Produção (VBP), o que representa 6% do total nacional. O Noroeste é a principal região produtora do Estado, com 70% dos pomares.
De acordo com o eng. agrônomo José Croce Filho, coordenador do programa de Vigilância e Prevenção das Pragas da Citricultura da Adapar, mesmo com as adversidades provocadas por pragas e doenças, como o cancro cítrico, HLB – huanglongbing, mosca negra e pinta preta dos citros, a citricultura paranaense consolidou-se, tornando-se das mais competitivas do mundo.
DEFESA SANITÁRIA E FISCALIZAÇÃO - Durante todo o desenvolvimento do cultivo de laranjas no Paraná, o Governo do Estado tem participação efetiva e decisiva. Em 2011, com a criação da Adapar, as normativas legais passaram a ser atualizadas, bem como a fiscalização em todos os segmentos da produção de citros.
Em 2017, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou os ordenamentos para o Brasil, sobre o cancro cítrico, o Paraná optou pelo Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a praga, excetuando-se 31 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral, onde a Adapar busca o reconhecimento do status de Área Livre da Praga (ALP).
Independente de normas editadas pelo governo federal, a Adapar criou, dentro de sua estrutura de sanidade vegetal, a coordenadoria de sanidade da citricultura, o que demonstra para os parceiros da pesquisa e da iniciativa privada, a importância que o governo do estado atribui à atividade.
Os Fiscais de Defesa Agropecuária (FDA) da Adapar são capacitados para o fazer valer o cumprimento das normas técnicas e legais para a continuidade do processo de produção de citros, balizados no passado e que conferem à atividade o sucesso alcançado.
Nas ações desencadeadas pelos FDA, ressaltam-se as fiscalizações do comércio de mudas de citros, sob o aspecto fitossanitário, tanto no ambiente do comerciante instalado e registrado na Adapar, quanto ao trânsito entre as UF que limitam o Estado e também nas rodovias estaduais em trânsito interno. Também estão presentes na emissão de Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV, subsidiadas por Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado - CFOC.
Nos pomares, são aplicadas na fiscalização as medidas impostas por normativas do Ministério da Agricultura e da lei de Defesa do Paraná, onde prevalece a orientação ao produtor rural, através da ação presencial e a distribuição de material para conhecimento das pragas e doenças, como panfletos, cartilhas e cartazes. Tudo isso faz parte da rotina da Adapar que contribui para crescimento e a segurança da citricultura brasileira.