Apicultura: fiscalização conjunta entre sanidade vegetal e saúde animal 05/11/2015 - 16:47
A intoxicação por agrotóxicos é um problema cada vez mais frequente no cenário da apicultura nacional. Com a necessidade do controle de pragas por parte dos produtores, a deriva de agrotóxicos nas criações apícolas localizadas em regiões próximas a estas plantações tem se tornado uma preocupação constante. A ocorrência de mortalidade de abelhas por suspeita de intoxicação por agrotóxicos, é uma das causas mais frequentes de fiscalização da Adapar na apicultura e, tem demandado ações de fiscalização conjunta entre as gerências de sanidade vegetal e saúde animal.
Relato de caso: Em dezembro de 2014 houve uma denúncia de mortalidade de abelhas no município de Irati, em uma propriedade com aproximadamente 80 colmeias de Apis mellifera, dividida em 2 apiários. O apiário próximo à residência possuía 60 caixas de abelhas e foi menos acometido, entretanto apresentou algum nível de mortalidade. O apiário localizado próximo à lavoura, com 20 caixas de abelhas, encontrava-se com mortalidade mais elevada. Foram inspecionadas várias caixas. Em duas foi observado altíssima mortalidade, com presença de abelhas adultas mortas dentro e fora da caixa. As abelhas sobreviventes estavam atordoadas e moribundas. Ambos os apiários manifestaram sinais clínicos semelhantes, em diferentes graus de acometimento. As caixas possuíam melgueira, ninhos e larvas normais e sem doenças aparentes, com quadro clínico sugestivo de mortalidade súbita. Foi realizada a colheita de material, conforme descrito no Manual Veterinário de Colheita e Envio de Amostras do Mapa/Panaftosa, para exames de detecção de inseticidas. Porém, estes compostos orgânicos são de rápida degradação e difíceis de serem detectados, mesmo quando a amostra é congelada e enviada em tempo hábil. A grande maioria dos laboratórios não possui um protocolo específico para análise de resíduos de pesticidas em abelhas, dificultando ainda mais o diagnóstico definitivo. No caso relatado, não foi possível identificar o agente causal e o fechamento foi realizado apenas pela observação e achados.
A rápida identificação do quadro clínico, a fiscalização constante da correta aplicação de agrotóxicos na lavoura, a ação conjunta entre as áreas animal e vegetal e o conhecimento da metodologia de colheita e envio de amostras são ações que podem determinar o correto diagnóstico, mas não mais importantes que a conscientização do produtor em buscar alternativas viáveis para o controle de pragas, minimizando o impacto sobre as abelhas. Estas precisam ser entendidas, além da sua grande importância econômica, como elos fundamentais nos sistemas de produção vegetal.
Obs: Este relato de caso foi apresentado no Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal – ENDESA 2015 e pode ser acessado na “Revista O Biológico” – Suplemento 2015 – ISSN 1980 – 6221 – versão online
Relato de caso: Em dezembro de 2014 houve uma denúncia de mortalidade de abelhas no município de Irati, em uma propriedade com aproximadamente 80 colmeias de Apis mellifera, dividida em 2 apiários. O apiário próximo à residência possuía 60 caixas de abelhas e foi menos acometido, entretanto apresentou algum nível de mortalidade. O apiário localizado próximo à lavoura, com 20 caixas de abelhas, encontrava-se com mortalidade mais elevada. Foram inspecionadas várias caixas. Em duas foi observado altíssima mortalidade, com presença de abelhas adultas mortas dentro e fora da caixa. As abelhas sobreviventes estavam atordoadas e moribundas. Ambos os apiários manifestaram sinais clínicos semelhantes, em diferentes graus de acometimento. As caixas possuíam melgueira, ninhos e larvas normais e sem doenças aparentes, com quadro clínico sugestivo de mortalidade súbita. Foi realizada a colheita de material, conforme descrito no Manual Veterinário de Colheita e Envio de Amostras do Mapa/Panaftosa, para exames de detecção de inseticidas. Porém, estes compostos orgânicos são de rápida degradação e difíceis de serem detectados, mesmo quando a amostra é congelada e enviada em tempo hábil. A grande maioria dos laboratórios não possui um protocolo específico para análise de resíduos de pesticidas em abelhas, dificultando ainda mais o diagnóstico definitivo. No caso relatado, não foi possível identificar o agente causal e o fechamento foi realizado apenas pela observação e achados.
A rápida identificação do quadro clínico, a fiscalização constante da correta aplicação de agrotóxicos na lavoura, a ação conjunta entre as áreas animal e vegetal e o conhecimento da metodologia de colheita e envio de amostras são ações que podem determinar o correto diagnóstico, mas não mais importantes que a conscientização do produtor em buscar alternativas viáveis para o controle de pragas, minimizando o impacto sobre as abelhas. Estas precisam ser entendidas, além da sua grande importância econômica, como elos fundamentais nos sistemas de produção vegetal.
Obs: Este relato de caso foi apresentado no Encontro Nacional de Defesa Sanitária Animal – ENDESA 2015 e pode ser acessado na “Revista O Biológico” – Suplemento 2015 – ISSN 1980 – 6221 – versão online