A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) está monitorando um possível surto de infecção virótica que afeta lavouras de tomate nos municípios de Faxinal, Cruzmaltina e Marilândia do Sul.  De acordo com o Departamento de Sanidade Vegetal (DESV), a principal hipótese é que o problema está relacionado ao vírus do gênero Begomovirus, transmitido pelo inseto vetor mosca-branca (Bemisia tabaci), praga que compromete até 100% da produção em algumas áreas.

Diante desse cenário, a Adapar realizou ao final de janeiro uma série de inspeções nestes municípios para avaliar a extensão do problema e orientar os produtores sobre medidas de controle.

De acordo com o relatório das fiscalizações, produzido pelo Departamento de Sanidade Vegetal da Adapar (DESV), praticamente todas as lavouras de tomate naquela região, em que foram cultivadas variedades suscetíveis aos Geminivirus/Begomovirus, foram ou são afetadas de maneira grave.

“Possivelmente as principais causas do problema estão relacionadas com a alta infestação da mosca branca ocasionada por condições climáticas favoráveis à sua proliferação e pela falha no controle da praga, além do plantio de cultivares suscetíveis” avalia Ralph Rabelo Andrade, fiscal de Defesa Agropecuária e engenheiro agrônomo que participou das ações.

Esta infecção, segundo o departamento, tem o potencial de redução significativa da produtividade dos cultivos infectados, com perdas variando de 60% a 100%.

MEDIDAS – A Adapar coletou 10 amostras de plantas com sintomas da virose para a identificação oficial da doença. Com base na análise das equipes técnicas do Departamento, a Agência define medidas para mitigar os impactos na produção. As medidas incluem o uso de variedades resistentes, o controle adequado da mosca-branca e a rotação de culturas. Além disso, a fiscalização fitossanitária deve ser intensificada em viveiros de mudas.

 “Essas medidas visam garantir a sustentabilidade da produção e a segurança alimentar, preservando a competitividade da cadeia produtiva do tomate no Paraná” reforça o chefe do Departamento de Sanidade Vegetal, Paulo Brandão.

PRODUÇÃO - Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado no início deste mês, o tomate de primeira safra, que começou a ser plantado em agosto de 2024, já cobre 94% da área de 2,4 mil hectares. Desses, cerca de 1 mil hectares (43%) já foram colhidos. A produção estimada é de 170,5 mil toneladas, ou 12% a mais que as 151,7 mil toneladas do ciclo anterior.

A segunda safra está sendo plantada desde janeiro, com semeadura concluída em aproximadamente 15% dos 1,7 mil hectares previstos. O produtor recebeu em janeiro R$ 45,95 em média pela caixa de 23 quilos, ou 50% a menos que em janeiro de 2024, mas 38,1% superior aos R$ 33,26 de dezembro.