Adapar Promove Reunião Técnica sobre Manejo Integrado de Pragas em Frutíferas 02/09/2016 - 09:40

Com o objetivo de discutir os principais aspectos do manejo da praga quarentenária Neonectria galligena, também conhecida como Cancro Europeu das Pomáceas, conhecer as principais pragas com risco de introdução em nosso Estado, e as estratégias de prevenção e manejo integrado de pragas em frutíferas de clima temperado, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná - Adapar, realizou no dia 25 de agosto no Município da Lapa, uma reunião técnica que contou com a presença de 55 participantes, entre representantes do setor da fruticultura de clima temperado, assistência técnica, pesquisa, autoridades municipais e Fiscais de Defesa Agropecuária (FDA).

O evento, foi promovido pela Adapar e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, e contou com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, da Associação Brasileira de Produtores de Maçã – ABPM, da Associação dos Fruticultores do Paraná – FRUTIPAR e do Sindicato Rural da Lapa, onde foi realizada a reunião.
Segundo Paulo Marques, coordenador do Programa de Vigilância e Prevenção de Pragas da Fruticultura, foram abordados temas técnicos atuais sobre o manejo integrado de pragas e sobre o cancro europeu que auxiliaram para a capacitação e aperfeiçoamento dos produtores rurais, agentes da assistência técnica e fiscais de defesa agropecuária da Adapar, para o adequado enfrentamento dessas pragas, contribuindo para a sanidade e qualidade da produção paranaense de frutas de clima temperado. Também foram discutidos os resultados do levantamento oficial da Agência para o Cancro Europeu.

Ainda segundo Paulo Marques, o Cancro Europeu está entre as principais doenças da cultura da maçã e pêra no mundo e, sua introdução e dispersão em regiões produtoras, se não devidamente controlada, pode causar enormes prejuízos ao setor pela morte de plantas em pomares e perdas em frutas armazenadas, comprometendo a comercialização no mercado interno e externo.
No Paraná, a Adapar realiza levantamentos anuais através de fiscalizações em propriedades produtoras, com inspeções de plantas e amostragens, para identificar e delimitar a dispersão da doença. Conforme resultados preliminares do levantamento de 2016, sua ocorrência continua restrita a poucas áreas de produção e por isso a importância do evento técnico para definir em conjunto com os participantes, ações estratégicas de manejo e controle, a fim de reduzir a disseminação da praga, baixar a incidência da doença nas áreas onde ela já ocorre, ou mesmo, buscar a sua erradicação.
A reunião técnica também contou com a presença do gerente de sanidade vegetal, Marcílio Martins Araújo, que enfatizou a importância deste tipo de evento para o setor produtivo das Pomáceas, uma vez que as discussões realizadas, ampliam o conhecimento sobre o Cancro Europeu e auxiliam os técnicos e produtores a prevenir e controlar a doença.

Os temas abordados e palestrantes foram : Principais ameaças fitossanitárias para Frutíferas de clima temperado no Paraná - Wilsimar Adriana de A. Peres Rissi – MAPA; Ações de vigilância da ADAPAR e levantamento do Cancro Europeu das Pomáceas no Paraná - Paulo Jorge Pazin Marques – FDA/Adapar; Preocupação do setor produtivo da maçã com problemas fitossanitários - Ivanir Dalanhol – Associação de Fruticultores do Paraná -Frutipar; Prevenção e Controle do Cancro Europeu das Pomáceas - Dr. Sílvio André Meirelles Alves – Embrapa – Vacaria-RS e Principais estratégias de manejo integrado de pragas para Rosáceas - Dr. Marcos Botton – Embrapa – Bento Gonçalves-RS.
 

Formas de controle do Cancro Europeu, Manejo da Doença


A definição de ações para a contenção da praga, como medidas de prevenção e controle, foram normatizadas pela Instrução Normativa nº 20, de 20 de junho de 2013.
Todas as plantas do pomar devem ser inspecionadas para procurar sintomas do Cancro Europeu durante todo o ano, mas principalmente no período de queda de folhas, na poda de inverno, durante o raleio e na colheita.

 

 

  1. As estratégias de controle visam quebrar o ciclo biológico do fungo.
  2. Detectados sintomas, medidas de erradicação deverão ser adotadas, tais como, poda e retirada imediata de ramos sintomáticos (com cancros) seguido da queima ou enterramento com posterior eliminação completa da planta infectada. A poda deve ser realizada a uma distância de 20 cm abaixo do cancro, para evitar a reincidência.
  3.  A eliminação de cancros ainda novos é importantíssimo para evitar que o fungo forme os peritécios que produzem ascósporos os quais podem se dispersar a grandes distâncias.
  4.  O controle químico com fungicidas cúpricos e benzimidazóis, têm apresentado os melhores resultados e, a época de utilização deve atender a IN 20. A aplicação deve ser feita em pasta para proteger os pontos de poda e em pulverização no outono, período de queda das folhas.
  5.  As plantas com menos de 3 anos que apresentarem sinais, deverão ser eliminadas.

 

 
OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES
 
  •  As infecções iniciadas no outono normalmente são visíveis apenas no início da primavera, ou seja, passam por um período de incubação de quatro a seis meses;
  • O fungo pode permanecer na planta sem desenvolver sintomas por até 3 anos;
  • O fungo possui dois tipos de esporos: conídios e ascósporos. O agrupamento de conídios pode ser visto a olho nu;
  • Os ascósporos são formados no interior dos peritécios que também podem ser vistos a olho nu. Eles são globosos, inicialmente vermelhos e depois ficam escuros. Esta estrutura não é formada no primeiro ano de infecção; 
  •  O patógeno pode ser disseminado através de mudas infectadas ou por esporos provenientes de pomares vizinhos contaminados com a doença;
  •  O transporte do patógeno pode ser feito via ferramentas contaminadas e respingos de chuva;
  •  A infecção do cancro europeu só se estabelece por meio de um ferimento;
  •  Os ferimentos mais importantes são os formados devido à queda de folhas no outono, porém todo ferimento causado durante o manejo das plantas (podas, arqueamento, pragas, granizo, colheita, etc.) pode favorecer a infecção;
  •  Durante o inverno o fungo sobrevive na forma de micélio em cancros e dentro dos peritécios;
  •  O Responsável Técnico do pomar deverá declarar à Adapar até o dia 15 de outubro de cada ano a presença ou não de sintomas de Cancro europeu (Neonectria ditissima) e o número de plantas infectadas.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em caso de dúvidas o produtor deve procurar o responsável técnico ou as instituições públicas de apoio. Na suspeita de ocorrência de ocorrência de Neonectria galligena AVISE A ADAPAR.


Texto de Paulo Jorge Pazin Marques

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