ADAPAR promove reunião técnica sobre o cancro bacteriano da videira em Marialva 16/12/2014 - 11:00

No dia 03 de dezembro, no Sindicato Rural de Marialva, a ADAPAR realizou reunião técnica para discutir com o setor produtivo da videira as principais medidas fitossanitárias para impedir a introdução e disseminação da doença conhecida como cancro bacteriano da videira, no Paraná.

Esta doença é causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv vitícola e foi detectada pela primeira vez no Brasil em 1998, no vale do rio São Francisco, em Petrolina - PE. Devido a sua importância econômica se constitui em um dos principais problemas fitossanitários para a videira nas regiões onde ela ocorre. Sua principal disseminação ocorre por meio de material propagativo infectado, utilizado em enxertia e na formação das mudas. Em regiões com ocorrência da praga a disseminação ocorre também por meio de restos de cultura infectados espalhados pelo pomar ou aderidos a contentores, tesouras, canivetes, luvas, roupas e implementos agrícolas utilizados no manuseio de plantas doentes. Além disso, a disseminação da bactéria é favorecida por ventos fortes associados a chuvas.

Segundo o Fiscal de Defesa Agropecuária Paulo Marques, da ADAPAR, a Xanthomonas campestris pv viticola é considerada uma praga quarentenária presente, ou seja, tem grande importância econômica para o setor, ocorre no país apenas em algumas regiões e está sob controle oficial dos órgãos de defesa sanitária. No Paraná a praga ainda não está presente e a ADAPAR desenvolve um programa permanente de vigilância fitossanitária para que essa doença não seja introduzida no Estado.

Recentemente, com auxílio da assistência técnica privada da região, a ADAPAR interceptou material propagativo de videira oriundo de outros estados, cuja análise oficial apresentou resultado positivo para a praga e todo o material do lote amostrado foi eliminado. Por medida de precaução, e em conformidade com a legislação fitossanitária, os FDA da região de Maringá e de Apucarana estão monitorando todas as propriedades que recentemente adquiriram mudas de outros estados.

A manutenção do atual “status” fitossanitário do Paraná, como área sem ocorrência do cancro bacteriano da videira, é fundamental para que a uva produzida em Marialva e no estado, não sofra nenhuma restrição fitossanitária e possa ser comercializada livremente para qualquer mercado nacional ou internacional. Também foi ressaltada a importância da continuidade das ações de vigilância fitossanitária promovidas pela ADAPAR, com apoio e envolvimento do setor produtivo da videira, da pesquisa, da assistência técnica e das instituições de ensino.

É importante ressaltar, que segundo o departamento de economia rural - Deral (2013), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento-SEAB, o município de Marialva possui uma área cultivada com Uvas de Mesa em torno de 800 ha, com uma produção de 25.600 toneladas, correspondendo a um valor da produção bruta de R$ 65.792.000,00.

A reunião foi conduzida pelo gerente de sanidade vegetal da ADAPAR, FDA Marcílio Martins Araújo, com apresentações técnicas do Dr. Dauri José Tessmann, professor do departamento de fitopatologia da Universidade Estadual de Maringá – UEM; do Dr. Alexandre Hofmann, chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Uva e Vinho; da FFA Wilsimar Adriana de A. Peres Rissi, chefe do SSV/DFA/PR do MAPA, além do FDA Paulo Jorge P. Marques, coordenador do programa de sanidade da fruticultura da ADAPAR.

Também participaram do evento, o coordenador do Programa de Sanidade da Citricultura da ADAPAR, FDA José Croce Filho, o Supervisor Regional da Unidade regional de Sanidade Agropecuária de Maringá (URS-Maringá), FDA José João Vituri e Fiscais de Defesa Agropecuária da ADAPAR das URS de Maringá e Apucarana, além de viticultores da região, autoridades municipais, engenheiros agrônomos responsáveis técnicos e também representantes da EMATER e Sindicato Rural de Marialva, totalizando 54 participantes. 

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