A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná - Adapar em busca de aprimorar suas ações, viabilizou o treinamento de um de seus servidores no Laboratório de Diagnóstico de Enfermidades Animais Exóticas de Plum Island – FADDL (Nível de biossegurança 4 – Agricultura - USA). O treinamento aconteceu no período de 14 a 26/09/2015, e foi organizado devido a parceria entre APHIS e PANAFTOSA, priorizando a participação de médicos veterinários do serviço oficial de países da América do Sul. Participaram 25 profissionais representantes de 9 países e 2 instituições.

Plum Island é considerado um laboratório de referência em treinamento de médicos veterinários do serviço oficial dos Estados Unidos, diagnóstico de enfermidades exóticas, banco de antígenos para fabricação de vacinas (inclusive da febre aftosa), pesquisa em saúde animal, biossegurança e de segurança nacional. Nas instalações há diferentes departamentos, sendo o Departamento de Agricultura (USDA) com o setor de Defesa Agropecuária (APHIS), o Departamento de Pesquisa, que possui parcerias com outras instituições, como a Universidade de Cornell, e o Departamento de Segurança Nacional (Homeland) responsável pela administração das instalações, pois consideram o trabalho realizado na ilha como assunto de segurança nacional.
O curso teve como objetivo preparar médicos veterinários do serviço oficial dos países da América do Sul para conhecer, reconhecer e controlar enfermidades animais erradicadas ou em processo de erradicação em nosso continente, enfermidades exóticas ao continente ou parte do continente com grande impacto econômico, grande poder de disseminação e importância em saúde pública; proporcionando conhecimento teórico-prático em procedimentos de biossegurança, colheita de amostras, reconhecimento precoce dos sinais clínicos desencadeados, fatores epidemiológicos envolvidos, lesões macroscópicas comumente encontradas em necrópsias, métodos diagnósticos, principais fatores que podem proporcionar o ingresso de tais doenças em um território, prevenção, controle e erradicação.

Romerson Dognani, Fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar que participou do curso, relata que, além do conteúdo ministrado, foi possível conhecer e discutir sobre os diferentes serviços de defesa sanitária animal dos países; as diferentes formas de agir frente a problemas comuns, sua situação sanitária, perspectivas e projeções futuras. Percebe-se que há países com condições menos favoráveis, como Venezuela, Bolívia, Peru e Colômbia, que tem dificuldades para erradicação de algumas enfermidades, como a peste suína clássica. Há também países que possuem condições mais favoráveis, como Argentina, Uruguai e Chile, com grande controle de enfermidades e serviços veterinários mais amplos. Independente da condição mais ou menos favorável, todos os aprendizados serão úteis a cada país participante, relata Dognani.
Os temas abordados possibilitaram uma experiência única e incomparável sobre enfermidades exóticas, as quais são desconhecidas dos profissionais de medicina veterinária que atuam em defesa sanitária animal em nosso país e continente. Esse conhecimento é necessário para melhorar a vigilância e o diagnóstico precoce destas enfermidades, possibilitando uma resposta rápida e eficiente frente ao problema. “Creio que o conhecimento obtido pela vivência clínica, a imagem e o contato direto com o objeto de estudo permanece sólido por muito tempo na memória e serve de base para a disseminação do conhecimento e aperfeiçoamento dos serviços de defesa agropecuária.” Afirma Dognani.

As informações adquiridas serão multiplicadas aos demais servidores, enriquecendo o serviço veterinário oficial do Paraná.