Saúde animal – Ações da Adapar sobre uso indevido da cama de aviário 26/02/2016 - 16:33

O uso da cama de aviário para a alimentação de ruminantes foi proibido no Brasil no ano de 2004, através de uma Instrução Normativa do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a fim de evitar a ocorrência Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também chamada de doença da vaca louca. Suspeita-se que os casos da variante desta enfermidade em humanos, ocorridos na Inglaterra em 1995 e 1996, tenham ocorrido devido à ingestão de carne de bovinos acometidos com a doença, por terem sido alimentados com rações feitas de proteína animal. A cama de aviário contém restos de ração para aves, que por sua vez contém proteína de origem animal e, havendo ingestão desse sub produto pelo gado, este pode se contaminar e desenvolver a doença. Caso estes animais entrem na cadeia da carne, a doença pode ser transmitida ao homem. Além da doença da vaca louca, há outras doenças que podem ser transmitidas pela cama de aviário, por exemplo o botulismo, que pode provocar morte dos bovinos.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), tem realizado ações de conscientização do produtor rural. No dia 17 de fevereiro de 2016, no Sindicato Rural de Rondon, foi realizado um evento para discussão do tema “Uso da cama de aviário na bovinocultura”. O evento foi organizado pelos sindicatos dos municípios de Rondon e Cidade Gaúcha e contou com a participação de pecuaristas, técnicos e outros membros do comitê de desenvolvimento da pecuária de corte da região. A palestra foi ministrada pelo Fiscal de Defesa Agropecuária (FDA), o médico veterinário Rafael Salmazo, lotado na Unidade Local de Sanidade Agropecuária (ULSA) de Paranacity. Rafael abordou aspectos da doença e suas conseqüências para a saúde humana, animal e para a economia do país, no caso da ocorrência da EEB, dando como exemplo os países onde a mesma ocorreu. Falou ainda sobre as ações oficiais tomadas pelo MAPA e Adapar, estabelecidas para evitar que o problema ocorra no Brasil. Atualmente, o status sanitário da EEB no Brasil determinado pela Organização Mundial de Epizootias (OIE), é de risco insignificante para a enfermidade.

O fiscal falou ainda sobre a legislação vigente, enfatizando aspectos da Instrução Normativa 41 de 2009 do MAPA, que estabelece normas acerca da fiscalização da alimentação de ruminantes e, a Instrução Normativa 25 de 2009, também do MAPA, sobre rotulagem e uso da cama de aviário como fertilizante.

Na ocorrência e detecção do uso indevido de cama de aviário para alimentação de ruminantes, os animais devem ser abatidos em estabelecimento sob inspeção do serviço veterinário oficial ou destruídos, conforme o que determina a legislação. Esta proibição por parte do governo brasileiro, tem como objetivo proteger o consumidor e manter abertos os mercados para exportação da nossa carne.

GALERIA DE IMAGENS