Paraná regulamenta uso do teste complementar para diagnóstico da tuberculose bovina 22/04/2025 - 16:46

Nova medida visa acelerar o saneamento de propriedades com foco na erradicação da doença. O Teste (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) um exame laboratorial usado para detectar a presença de anticorpos ou antígenos em uma amostra.


A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) oficializou uma importante inovação no combate à tuberculose bovina. Por meio da Portaria nº 96, de 24 de março de 2025, o uso do teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) foi regulamentado como ferramenta diagnóstica complementar à Tuberculinização Comparada (TCC) em propriedades que estão em fase de saneamento da doença.

O teste ELISA - sigla em inglês para Enzyme-Linked Immunosorbent Assay é um exame laboratorial usado para detectar a presença de anticorpos em uma amostra. Ele funciona a partir da reação entre anticorpo e antígeno que, quando compatíveis, provocam uma reação na amostra analisada. 

A tuberculose é uma zoonose infecciosa crônica que atinge principalmente os pulmões dos bovinos, provocando emagrecimento, tosse e queda na produção de leite. O teste funciona como uma ferramenta de apoio complementar ao exame de Tuberculinização Comparada nas ações de vigilância e controle. 

Atualmente, o tempo médio de saneamento de uma propriedade gira em torno de seis meses. “Com a introdução do ELISA como ferramenta complementar, espera-se reduzir esse tempo, agilizando o processo de identificação e descarte de animais infectados que não apresentariam reações no teste convencional” explica Marta Freitas, chefe da Divisão de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose e médica-veterinária da Adapar. 

No Paraná, o uso do diagnóstico está sujeito a critérios específicos definidos pela nova portaria. Para que o teste seja feito, a propriedade deve estar formalmente em fase de saneamento para tuberculose. Os bovinos e bubalinos devem ter sido previamente testados pela TCC com resultado negativo, e os animais a serem testados devem ter mais de 4 meses de idade. Além disso, o sangue para o teste deve ser coletado entre 15 e 40 dias após a aplicação da tuberculina, com envio do soro para um laboratório autorizado pela Adapar. Os laboratórios autorizados podem ser conferidos no site da Agência.

“A decisão representa um avanço estratégico no controle e erradicação da tuberculose bovina, permitindo identificar animais infectados que, por estarem imunossuprimidos, não reagem adequadamente à TCC – método tradicional que utiliza a inoculação de tuberculina” salienta a médica-veterinária. Ela reforça que nesses casos o teste se mostra uma ferramenta eficaz para detectar anticorpos específicos contra o Mycobacterium bovis, agente causador da tuberculose bovina.

Conforme a Divisão de Controle e Erradicação das doenças, nos casos em que o resultado do teste do ELISA seja positivo (animal reagente), o protocolo determina a eliminação do animal como medida de controle da disseminação da doença. 
“A adoção do ELISA reforça o compromisso da Adapar com o fortalecimento das ações sanitárias e a busca por um rebanho bovino mais saudável, contribuindo com a segurança alimentar e a competitividade do agronegócio paranaense” reforça Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da agência.