Evento internacional destaca potencial da piscicultura no Paraná 25/09/2024 - 11:24
A abertura da 6ª edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil, na noite de terça-feira (24), em Foz do Iguaçu, destacou o potencial do Paraná na cadeia da piscicultura. O evento, que tem apoio do Governo do Estado, encerra na quinta-feira (26) e tem palestras, trabalhos científicos e mais de 150 expositores. Esse é o maior evento da cadeia de pescados do país e um dos maiores eventos da América Latina.
O IFC Brasil 2024 espera reunir cerca de quatro mil participantes de todos os elos da cadeia produtiva, entre lideranças da indústria e do mercado, aquicultores, pescadores, cadeia de suprimentos e investidores.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou que a cadeia já representa R$ 2 bilhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) estadual, e que 25 mil propriedades no Paraná têm na piscicultura um meio de sustento. Dessas, aproximadamente 71% são de agricultores familiares. “O Paraná produz hoje a melhor agricultura do país, é o principal produtor de proteínas animais, como é o caso da piscicultura”.
O secretário disse ainda que a união entre o estado e as entidades representativas do agro é capaz de transformar a realidade. “O bom do Paraná é essa capacidade de articulação. As cooperativas ajudaram a fazer uma revolução, e nós temos a oportunidade de continuar fazendo o Paraná se transformar no maior supermercado do mundo, mas de forma sustentável, do ponto de vista ambiental, econômico e social”.
ANÁLISE - Projeções da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, apontam a aquicultura e a pesca com papel central no desafio de alimentar um mundo com população crescente que vai demandar alimentos saudáveis, seguros, com menor impacto ambiental e viabilidade econômica.
A programação do IFC 2024 está alinhada a um momento promissor do mercado de pescados no País, além de um contexto de aumento da demanda por alimentos saudáveis e sustentáveis em todo o mundo, avaliou o presidente do evento, Altemir Gregolin. “Nos últimos 10 anos, a aquicultura brasileira realmente ganhou ritmo de crescimento. Nas próximas décadas, estaremos sentados ao lado de grandes produtores mundiais”. O consumo de pescados no mundo subiu de 20,2 quilos por habitante ao ano em 2020 para 20,7 quilos por habitante ao ano em 2022.
DESTAQUE NACIONAL - Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em setembro mostram que a piscicultura nacional cresceu 6,2% em 2023, atingindo a produção de 655 mil toneladas. O Paraná tem três municípios entre os cinco principais produtores de peixe no País: Nova Aurora (2º), Palotina (4º) e Assis Chateaubriand (5º).
DEFESA AGROPECUÁRIA - Entidade responsável por promover a sanidade dos animais aquáticos no Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) marcou presença no congresso internacional. Estiveram presentes o diretor-presidente, Otamir Cesar Martins; o chefe da Divisão de Sanidade dos Animais Aquáticos, Cláudio Sobezak; a chefe do Escritório Regional de Cascavel, Odete Medeiros; e uma equipe formada por Fiscais e Assistentes de Fiscalização da Defesa Agropecuária com participação efetiva no evento.
A Adapar atua no Paraná no cadastro de estabelecimentos com atividade pesqueira; na promoção da organização das atividades de fiscalização em sanidade dos animais aquáticos; o monitoramento das toxinas de algas na produção de moluscos bivalves e das estações de alevinagem de tilápias; na promoção da vigilância em sanidade dos animais aquáticos, com ênfase nas doenças de notificação obrigatória e na geração de informações para apoio nas ações de trânsito animal, produtos e subprodutos gerados pelas cadeias produtivas da aquicultura. A Adapar também mantém em execução o Comitê Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (COESAQUA), formado em parceria com entidades da cadeia produtiva da aquicultura em águas terrestres e marítimas.
FERRAMENTA DE COMBATE - O ministro interino da Pesca e Aquicultura, Edipo Araujo, defendeu o setor como uma ferramenta para o combate à fome e para a garantia de emprego e renda. Ele falou sobre um acordo de cooperação técnica a ser firmado com a Itaipu Binacional para fomento da cadeia e destacou, entre as prioridades do órgão, a inclusão do pescado na cesta básica e na merenda escolar. O Paraná já tem uma lei aprovada nesse sentido. “O Brasil reafirmou o compromisso com esse setor estratégico”, disse Araujo.
PROGRAMAÇÃO - O IFC Brasil 2024 vai reunir sete eventos simultâneos: Congresso Internacional de Aquicultura; Feira de Tecnologias e Negócios (VI Fish Expo): 2ª Aquacultura 4.0: 2ª Rodada Internacional de Negócios; Apresentação de Trabalhos Científicos; 4ª Encontro Mulheres da Aquicultura e Workshop sobre Sistema de Recirculação de Água.
REALIZAÇÃO - O IFC Brasil 2024 é correalizado pela Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a sua Fundação, a Funpar.
Patrocinam o IFC Brasil: CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Itaipu Binacional, Caixa Econômica Federal, MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), Governo Federal, Copel Energia, Sanepar, Governo do Paraná, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O apoio é da APEX Brasil, ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura) e Unila (Universidade Federal da Integração).