Câmara Técnica de combate ao greening debate metas e continuidade das operações em Paranavaí 22/02/2024 - 10:10

Na última terça-feira (20), a Câmara Técnica do HLB/Greening no Paraná se reuniu em Paranavaí, no noroeste do Estado, para debater as metas previstas no Plano de Ação elaborado para conter o greening, uma das principais pragas que afetam os citros em escala global e a continuidade das ações da Operação Big Citros. A reunião ocorreu na sede do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR – Paraná) do município.

As discussões envolveram representantes do Governo, incluindo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), bem como empresas de pesquisa agropecuária, cooperativas, prefeituras e setor industrial, produtores e responsáveis técnicos.

O foco principal do encontro foi avaliar o andamento das atividades de controle da praga e o progresso das fiscalizações. Paulo Marques, coordenador do programa de Vigilância e Prevenção de Pragas na Fruticultura, destacou as ações de erradicação de plantas sintomáticas: "Estamos finalizando alguns retornos a propriedades. O trabalho visa acompanhar as denúncias encaminhadas por meio da ouvidoria da Adapar desencadeadas notadamente a partir operação BIG Citros".

Em julho de 2023 foi organizada a Câmara Técnica do HLB/Greening no Paraná, reunindo Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto do Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), cooperativas, prefeituras municipais, responsáveis técnicos e representantes do setor produtivo, para o alinhamento de estratégias e elaboração de uma Plano de Ação conjunto para enfrentamento da praga.

PLANO DE AÇÃO - As metas do Plano de Ação incluem atividades na área da comunicação, para que as informações sobre o combate à doença sejam disseminadas no campo; proibição do comércio irregular de mudas cítricas, que são vias de disseminação de pragas e fomentam a implantação de pomares sem acompanhamento técnico adequado; o controle do inseto vetor Diaphorina citri; o levantamento da incidência de HLB; e a eliminação de plantas doentes.

OPERAÇÃO - A Operação BIG Citros, iniciada em agosto de 2023, engloba a conscientização, fiscalização e reforço nas medidas de prevenção e controle do greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing) ou amarelinho, abrangendo os municípios do Noroeste do Estado, onde a produção de citros é mais concentrada. Marques ressaltou que a Adapar mantém suas atividades de controle independentemente da realização da operação.

Além das discussões sobre as ações de ratificação e fiscalização de denúncias, a reunião também abordou novas estratégias de combate ao HLB e medidas junto ao Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA). "Também foi discutido com o setor produtivo propostas de manejo de plantas sintomáticas para a nova portaria que o Ministério pretende lançar em breve" acrescenta Marques.

DOENÇA - O HLB ou greening dos citros é uma praga importante devido à severidade, rápida disseminação e dificuldades de controle. No Brasil, a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas) é o principal agente causal do HLB. A doença afeta plantas de praticamente todas as espécies cítricas, além da murta (Murraya paniculata), Fortunella spp. e Poncirus spp., e é transmitida pelo psilídeo asiático dos citros Diaphorina citri Kuwayama.

O greening afeta seriamente as plantas cítricas, principalmente devido à queda prematura dos frutos, que resulta em redução da produção e pode levar à morte precoce. Além disso, os frutos ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o seu sabor, diminuindo a qualidade e o valor comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

BOAS PRÁTICAS -  Uma das práticas para evitar a doença é o plantio de mudas sadias, de qualidade e oriundas de viveiros registrados. No Paraná, o comércio de plantas por venda ambulante é proibido. O manejo preventivo também inclui o uso de quebra-ventos e adensamento do plantio. O controle do psilídeo também pode ser feito com a Tamarixia radiata, uma vespa criada em laboratório - incluindo a do IDR-Paraná, cujos ovos servem de alimento para ninfas, eliminando-as.  

A boa adubação, irrigação de qualidade e cobertura vegetal também são boas aliadas para o desenvolvimento rápido da planta, reduzindo a exposição ao inseto, visto que a transmissão é mais comum em brotos que em folhas adultas. O monitoramento e controle do inseto vetor deve ser realizado de acordo com recomendações técnicas, instalando-se armadilhas amarelas e contagem a cada sete dias.

As pulverizações em intervalos que respeitam as orientações agronômicas são importantes, prevendo-se uso de inseticidas químicos e biológicos com eficiência comprovada. Também se recomenda rotação dos inseticidas, que devem ser aplicados com todas as técnicas que eliminem possibilidades de deriva.