A capacitação é realizada com o apoio do Sistema FAEP/Senar e busca aprimorar medidas de contenção e diagnóstico de raiva dos herbívoros e encefalopatia espongiforme bovina (EEB)

Para fortalecer as medidas de prevenção contra a Raiva e a Encefalopatia Espongiforme Bovina no Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) está promovendo uma capacitação para seus novos servidores. O evento ocorre no anfiteatro do Sindicato Rural em Guarapuava e reúne 54 fiscais e assistentes de fiscalização agropecuária, recém-contratados por meio do concurso (Edital 21/2020). O treinamento, que é conduzido pelo Programa Estadual de Controle da Raiva, EEB e Bem-Estar Animal da Adapar, visa aprimorar a prevenção e controle dessas doenças nos rebanhos. As atividades iniciaram nesta segunda-feira (01) e encerram nesta quinta-feira (04). As turmas participaram de diversas ações ao longo da semana, com apoio da equipe do Escritório Regional de Guarapuava.

A capacitação está dividida em duas turmas, abordando tanto conteúdos teóricos quanto práticas de campo. Segundo Elzira Jorge Pierre, coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, EEB e Bem-Estar Animal, os participantes iniciaram as atividades práticas, incluindo a captura e fiscalização em abrigos de morcegos, além de palestras que cobrem as partes teóricas e práticas a campo, como a coleta de material para diagnóstico laboratorial. A capacitação conta também com a colaboração de profissionais das regionais de saúde, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), faculdades de medicina veterinária e do Instituto Água e Terra (IAT).

"Estamos tendo uma participação ativa dos servidores, o que é fundamental para a atuação eficaz na defesa agropecuária e na prevenção dessas doenças", afirma a coordenadora.

Este treinamento faz parte de um esforço contínuo da Adapar para monitorar e controlar doenças transmitidas por morcegos, garantindo a segurança e saúde pública da região.

RAIVA — A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central e não tem cura. É uma zoonose de grande importância em saúde pública devido à sua alta letalidade e impacto socioeconômico. A doença pode afetar todos os mamíferos, incluindo seres humanos, e é transmitida principalmente pelo contato com a saliva de animais contaminados, sendo o morcego hematófago (vampiro) o principal transmissor para os herbívoros.

Os sinais mais comuns nos herbívoros incluem isolamento, salivação, incoordenação motora, paralisia dos membros traseiros e movimentos de pedalagem. Os animais infectados geralmente morrem de 3 a 7 dias após o início dos sintomas. A detecção de sinais nervosos em herbívoros deve ser notificada imediatamente à Adapar.

A Adapar disponibilizou uma cartilha educativa sobre a raiva dos herbívoros no Instagram, através do Adapar Educa. Acesse o material AQUI.

ENCEFALOPATIA — A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como "doença da vaca louca", é uma doença progressiva e fatal do sistema nervoso dos bovinos, causada pelo acúmulo de uma proteína anormal chamada príon no tecido nervoso. A principal forma de transmissão é através de alimentos contendo proteínas e gorduras de origem animal provenientes de animais doentes.

Os sinais clínicos incluem alterações comportamentais, dificuldade de locomoção, problemas de fotossensibilidade, agressividade ou medo excessivo, e quedas sem motivo aparente. Os últimos casos de EEB no Brasil foram registrados em 2021 em Minas Gerais e Mato Grosso, e em 2023 no Pará, sendo este último confirmado como atípico pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Atualmente, o Brasil é classificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) com o menor grau de risco para a doença: "insignificante".

DEFESA AGROPECUÁRIA — O Programa Estadual de Controle da Raiva, EEB e Bem-Estar Animal da Adapar estabelece e executa medidas de prevenção e controle da raiva transmitida por morcegos hematófagos aos animais herbívoros domésticos e ao homem, além de medidas de vigilância e prevenção da EEB no Paraná.

As principais ações da Adapar incluem a orientação a produtores rurais na prevenção da raiva transmitida por morcegos hematófagos, controle de colônias de morcegos, vacinação de herbívoros em áreas estratégicas e diagnóstico da raiva. Para a EEB, são realizadas atividades de monitoramento de bovinos e bubalinos importados, incentivo ao sacrifício sanitário de bovinos provenientes de países de risco, vigilância de mortalidades de ruminantes com sinais neurológicos acima de 24 meses e encaminhamento de denúncias de alimentação de ruminantes com proteína de origem animal ao Mapa.